Os hackathons, originados no universo da tecnologia, são eventos que reúnem pessoas com diferentes habilidades para resolver desafios específicos em um curto período. Tradicionalmente, a palavra “hack” refere-se a explorar e modificar, enquanto “marathon” remete a maratona, ou seja, uma competição de longa duração. Portanto, hackathon é uma “maratona de programação”, na qual grupos de participantes colaboram intensivamente para criar soluções inovadoras, que podem ir desde protótipos de software até projetos de impacto social.

Embora tenham nascido no campo da programação, os hackathons evoluíram para incluir várias áreas do conhecimento, sendo aplicáveis a diferentes setores. Nas escolas públicas e privadas, os hackathons representam uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento cognitivo dos educandos, estimulando competências como criatividade, raciocínio lógico, trabalho em equipe, resiliência e resolução de problemas. Essas habilidades são essenciais no século XXI e cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho.

No dia 8 de outubro, os educandos do 9º ano do Ensino Fundamental - Anos Finais e da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Coração de Jesus, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, participaram do Hackathon Cidadania Global. O conceito de Cidadania Global refere-se à compreensão de que todos, independentemente da nacionalidade ou origem, compartilham responsabilidades no enfrentamento dos problemas mundiais. Nos hackathons, os educandos são convidados a se engajar com questões de impacto social e ambiental, desenvolvendo um senso de responsabilidade para com o planeta e os demais seres humanos.

Em um hackathon, os participantes são desafiados a resolver problemas complexos em um ambiente colaborativo e de alta pressão, o que estimula a capacidade de tomar decisões rápidas e eficazes. Para educandos de escolas públicas e privadas, participar de hackathons pode significar um salto no desenvolvimento cognitivo. Esse tipo de experiência educacional é mais do que apenas uma competição – é uma oportunidade de aprender na prática.

A estrutura dos hackathons leva os indivíduos a utilizarem o pensamento crítico e a saírem da zona de conforto. Ao serem expostos a desafios reais e prazos curtos, eles precisam identificar rapidamente as melhores abordagens para solucionar os problemas. Nesse processo, habilidades como análise de dados, programação, design thinking e comunicação são fortemente desenvolvidas. A pressão para produzir resultados em um curto espaço de tempo também ensina os educandos a lidar com o estresse e a melhorar sua capacidade de adaptação – competências úteis em muitas áreas da vida.

Outro aspecto relevante é a aprendizagem baseada em projetos, que é central nos hackathons. Esse método promove um engajamento mais profundo e significativo, pois os educandos trabalham em algo concreto e com um propósito claro. Além disso, ao desenvolverem soluções inovadoras, eles são incentivados a experimentar e até falhar, enxergando os erros como parte do processo de aprendizagem, o que fortalece o pensamento crítico e a resiliência.

Ao conectar a experiência dos hackathons com a Cidadania Global e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os educandos têm a oportunidade de alinhar suas soluções com as necessidades globais. Os ODS, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), estabelecem uma agenda para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir prosperidade para todos até 2030. Essa agenda abrange 17 objetivos que tratam de questões como saúde, educação, igualdade de gênero, água potável, energia acessível e ação contra as mudanças climáticas.

No contexto educacional, os hackathons podem ser moldados para incentivar os educandos a desenvolver projetos que busquem soluções para problemas locais com impacto global. Por exemplo, um hackathon pode focar na criação de tecnologias para reduzir o desperdício de água, desenvolver aplicativos para monitorar a qualidade do ar ou pensar em soluções inovadoras para o gerenciamento de resíduos sólidos. Essas atividades permitem que os educandos relacionem os desafios do cotidiano com as metas dos ODS, tornando-os mais conscientes de suas responsabilidades como cidadãos globais.