SAGRADO Acadêmico apresenta artigo de Gabriela Cremon, da 3ª série 1, sobre o valor da justiça na obra de Rudolf von Ihering

Educação

15 de Julho de 2025
 SAGRADO Acadêmico apresenta artigo de Gabriela Cremon, da 3ª série 1, sobre o valor da justiça na obra de Rudolf von Ihering

O projeto SAGRADO Acadêmico, do Colégio Coração de Jesus, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, tem como proposta valorizar o pensamento crítico, a pesquisa e a produção intelectual dos educandos, promovendo reflexões desenvolvidas em Sala de Aula com orientação teórica e pedagógica.

Nesta edição, destacamos o artigo da educanda Gabriela Cremon, da 3ª série 1, fruto das reflexões nos Componentes Curriculares de História e Sociologia, sob orientação do educador Fernando Razente. A partir da leitura da obra A Luta pelo Direito (1872), de Rudolf von Ihering, a educanda propõe uma análise sobre a centralidade do sentimento de justiça como base da ordem jurídica e da convivência social.

 


 

A luta pelo direito: uma leitura de Rudolf von Ihering

Por Gabriela Cremon – 3ª série 1

Este artigo tem como objetivo refletir sobre o pensamento jurídico de Rudolf von Ihering, especialmente expresso em sua obra A Luta pelo Direito (1872) destacando a importância do sentimento de justiça na formação e na defesa do direito. Partindo de minhas reflexões nos Componentes Curriculares de História e Sociologia, além de anotações manuscritas que discutem a evolução do convívio humano e a centralidade da justiça como experiência moral e social, proponho uma análise que valoriza o papel do indivíduo na afirmação dos direitos e na manutenção da ordem jurídica.

O direito não é uma estrutura abstrata, embora possa ter seus fundamentos nela. Mas para Rudolf von Ihering, ele é uma conquista histórica, uma expressão viva da busca humana por dignidade e que precisa ser continuamente buscada e defendida. Logo, o abandono do direito equivale à negação do valor do ser humano.

Nas sociedades primitivas, o convívio era pautado por valores como sinceridade, fé e ingenuidade. Contudo, o progresso histórico revelou o crescimento da maldade, da brutalidade, da crueldade e das injustiças. Nesse contexto de ampliação da injustiça, o direito se tornou indispensável. O direito não deve ser encarado como um fim em si mesmo, mas como um instrumento de justiça em uma sociedade corrompida. Quando um indivíduo recebe um direito sem esforço, sem luta ou merecimento, esse direito perde seu valor intrínseco. Assim como o sacrifício valoriza a conquista, a luta dignifica o direito.

Diferentemente da visão racionalista, Ihering argumenta que o sentimento de justiça não nasce do conhecimento teórico, mas da vivência concreta e emocional do ser humano. É a dor sentida, a injustiça testemunhada, que desperta a consciência moral. Quem nunca sentiu dor em si ou no outro não é capaz de compreender plenamente o valor do direito. O sentimento de justiça, portanto, é uma reação moral à experiência da vida, não uma construção puramente lógica ou jurídica.

A luta pelo direito não se trata de uma questão de gosto ou temperamento. É um dever. Defender o próprio direito é também proteger a coletividade, pois a negligência individual enfraquece o sistema de garantias que sustenta o Estado. Von Ihering afirma que o Estado encontra sua força no sentimento de justiça de seus cidadãos. Um povo que não valoriza esse sentimento está fadado à instabilidade e à ruína. A força de uma nação, portanto, está diretamente relacionada à intensidade do seu compromisso com a justiça.

O pensamento de Rudolf von Ihering permanece atual e urgente. Em uma sociedade marcada por violências, injustiças e apatia moral, sua obra nos lembra que o direito só se sustenta quando há quem lute por ele. O sentimento de justiça é a raiz da ordem, da paz e da verdadeira cidadania. O dever de lutar pelo direito não é apenas jurídico, mas ético. Ele exige coragem, consciência e empatia. Abandonar o direito é abrir mão da própria humanidade. Defendê-lo, por outro lado, é afirmar a dignidade da vida em sociedade.

 


 

Com argumentos sólidos e sensibilidade ética, o texto resgata a atualidade do pensamento de Ihering ao defender que o direito não é apenas uma construção racional, mas uma conquista que exige esforço, coragem e compromisso moral. A luta pelo direito, segundo a educanda, não é apenas uma questão individual, mas um dever coletivo em defesa da dignidade e da estabilidade social.

A produção integra a série de publicações do Projeto SAGRADO Acadêmico, veiculadas semanalmente no Jornal Noroeste de Nova Esperança, reafirmando o compromisso do SAGRADO - Rede de Educação com uma educação que desenvolve consciência crítica, formação ética e protagonismo cidadão.

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Matéria por Maria Isabella Rubio - Serviço de Comunicação