Oficina de Redação estimula produção textual e reflexão crítica entre os educandos do Ensino Médio
Educação

Em uma iniciativa voltada para o aprimoramento da escrita acadêmica, a Oficina de Redação tem como objetivo capacitar os participantes na produção de textos dissertativo-argumentativos de alta qualidade, atendendo aos critérios exigidos pelo ENEM e pelos principais vestibulares do país.
Desenvolvida no Colégio Sagrado Coração de Jesus, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação localizada na cidade de Garibaldi/RS, a proposta faz parte da formação integral oferecida aos educandos do Ensino Médio, promovendo não apenas o domínio técnico da linguagem, mas também o exercício do pensamento crítico diante das questões sociais contemporâneas.
Durante os encontros, os educandos são incentivados a investigar temáticas relevantes e a organizar suas ideias de forma clara, coesa e bem fundamentada. Uma das discussões propostas recentemente tratou da problemática da conservação da biodiversidade no Brasil, permitindo uma reflexão sobre os desafios ambientais e a responsabilidade coletiva na preservação dos recursos naturais.
Dentre as produções desenvolvidas, destacou-se a redação da educanda Gabriella Basso, cuja escrita demonstrou maturidade argumentativa, sensibilidade social e domínio das estratégias dissertativo-argumentativas.
A Oficina de Redação reafirma o compromisso da Unidade Educacional com a formação de cidadãos autônomos, conscientes e preparados para os desafios do mundo contemporâneo, colocando a produção textual no centro do processo formativo.
Redação da Educanda:
O conceito de Antropoceno, cunhado por cientistas como Paul Crutzen, evidencia que a ação humana acelerou a perda de biodiversidade em escala sem precedentes, colocando em risco ecossistemas vitais, como os biomas brasileiros. Assim, a problemática da conservação da biodiversidade no Brasil acontece à medida que a expansão econômica impacta diretamente na destruição da preservação ambiental e a falta de efetividade nas políticas de manutenção da natureza agravam a problemática.
Primeiramente, é importante destacar como a expansão econômica impacta na preservação ambiental, como adverte Ailton Krenak, a mentalidade colonialista trata a Terra como mercadoria, não como lar. Essa lógica perversa sustenta a destruição da biodiversidade brasileira em nome do PIB, ignorando saberes tradicionais que protegem os biomas há séculos. Dessa forma, o avanço do agronegócio, da mineração e de grandes obras de infraestrutura (como hidrelétricas e rodovias) tem levado ao desmatamento de ecossistemas críticos, ameaçando espécies endêmicas que comprometem o equilíbrio ecológico.
Ademais, a falta de efetividade nas políticas de conservação, intensifica a degradação ambiental, como mostra a animação “Princesa Mononoke”. Em que se vê a relação da indústria com a natureza, na qual os espíritos da floresta sofrem e não conseguem proteger o seu ecossistema. Fora da ficção, na realidade atual brasileira, vê-se uma semelhança à medida que o governo tem dificuldade em lutar contra essa industrialização severa, com falhas no sistema de fiscalização e punição. Assim, prejudicando e causando problemas biológicos, como o desmatamento, a poluição e a extinção de espécies.
Portanto, o Governo, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) - órgão responsável por formular e implementar políticas públicas ambientais - deve se aproveitar da COP 30, e em parceria com a ONU, criar um fundo internacional de proteção à biodiversidade. Por meio de financiamentos de outros países, para ser investido em fiscalizações via satélite e incentivos monetários às comunidades tradicionais que cuidam desses biomas. Assim, honrando o legado de figuras como Ailton Krenak, para quem a floresta só sobrevive com quem sabe ouvi-la.
Gabriella Basso